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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

SOBRE O COMETA!

O cometa c/2013 S1 ISON continua implacável em sua jornada e em menos de 30 dias terá um encontro fulminante com o Sol. Exatamente as 18h43 de 28 de novembro, o cometa atingirá seu ponto de maior aproximação da estrela e passará apenas 1.1 milhão de km acima da superfície.
Neste dia, a velocidade do cometa atingirá nada menos que 1.36 milhões de km/h, uma velocidade tão rápida que seria possível fazer uma viagem de São Paulo à Nova York em menos de 20 segundos.

Pequeno e sem brilho
Apesar de serem números realmente impressionantes, o mesmo não se pode dizer sobre seu brilho. O cometa está muito abaixo daquilo que foi previsto inicialmente e as tentativas de observa-lo a olho nu durante as pré-manhãs não passam de sessões malsucedidas. Para ver o cometa, somente com telescópios maiores que 150 milímetros e mesmo assim, com muita dificuldade.
Quando foi descoberto, em 21 de setembro de 2012, pouco se sabia sobre ele, mas o shape de sua orbita já mostrava todo o seu potencial. ISON se aproximaria muito perto do Sol e poderia brilhar tanto quanto a Lua cheia.
No entanto, o tempo foi passando e as primeiras medições mostraram que ISON não tinha um núcleo tão grande quanto imaginado. Isso poderia resultar em uma menor sublimação de material quando penetrasse o Sistema Solar interior, com consequente redução de brilho.
Cada vez mais perto, em agosto de 2013 o cometa cruzou a chamada linha de congelamento, o que deveria fazer ISON brilhar mais devido a maior vaporização do gelo da estrutura cometária.
A linha de congelamento é uma divisão arbitrária entre Marte e Júpiter que define uma distância onde a radiação do Sol age de forma mais intensa na sublimação do gelo. Isso aumenta ainda mais o tamanho da coma do cometa, que passa a ser soprada pela ação dos ventos solares dando origem à sua cauda.
O problema é que essa vaporização não foi tão marcante como se previa e o brilho esperado para o fim de setembro não se confirmou.
Em outubro pouca coisa mudou e as centenas de observações se limitaram a analisar a rotação do objeto e registrar através de imagens alguma ejeção de gás.

Mentalize
Agora, restando menos de 30 dias para o momento do encontro máximo com o Sol, pouca coisa deve mudar e ISON só poderá ser visto a olho nu se aumentar muito seu brilho, passando da atual magnitude 11 para pelo menos 3 para que possa ser visto nas grandes cidades.
Isso significa um aumento de brilho de 1700 vezes, que só vai acontecer se ISON fizer um triplo mortal carpado e entrar em processo de outburst, o que é impossível de se prever, mas não de acontecer.
Naturalmente, esse milagre deverá ocorrer antes do periélio, pois se conseguir contornar o Sol poderá sublimar muito material, o que fará sua magnitude baixar muito e torna-lo bastante brilhante. No entanto, as estatísticas mostram que cometas similares a ISON raramente conseguem contornar a estrela, sendo consumidos por ela.
Então, se você quer mesmo ver o cometa ISON a olho nu, mentalize. Evoque todas as forças da natureza para que ocorra um outburst, uma espécie de pênalti aos 45 do segundo tempo.

Cometa ISON registrado em 27 de outubro de 2013

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